TEMPORAIS

Sabemos que passam...
às vezes demoram, 
às vezes dão medo, 
vontade de se molhar...
Sentir a chuva lavar cada sentimento, 
como faz com as folhas das árvores
que só permanecem fixas as mais resistentes...
as frágeis e doentes caem e transformam-se em adubo.
E depois...o vento passa,
deixando somente a chuva que cai ininterruptamente,
sem modificar sua fluviosidade.
Ouço um pássaro cantando em uma gaiola, 
será que a vontade dele é voar na chuva,
ou o barulho da água caindo o faz lembrar da liberdade que teve um dia?
A felicidade de ser livre...
livre de amarras indestrutíveis
e talvez hoje,
invisíveis!
                                                                                                Sidda Sanches.

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